terça-feira, 2 de setembro de 2014

Um terço da América Latina pode cair na pobreza, alerta PNUD.
A redução da pobreza é um dos eixos da agenda de desenvolvimento pós-2015. Crianças na favela de Kallayanpur, uma das favelas urbanas em Daca, Bangladesh. Foto: ONU/Kibae Park.

 Agência da ONU diz que apesar da região ter reduzido problema quase pela metade, 200 milhões correm risco; Brasil registrou progresso em relação à redução da pobreza e aumento da classe média.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, alertou que um terço da América Latina pode cair na pobreza.

Um estudo da agência da ONU divulgado essa quinta-feira mostrou que apesar da região ter conseguido reduzir o problema quase pela metade, 200 milhões de pessoas correm risco de se tornarem pobres.

Avanço

A assessora de imprensa do Pnud em Nova York, Carolina Azevedo, disse em entrevista à Rádio ONU que o Brasil registrou um avanço acima da média entre 2000 e 2012.

“A pobreza caiu drasticamente no Brasil entre 2000 e 2012, de 43,1% da população que vivia abaixo de US$ 4 por dia, no ano 2000, essa proporção caiu para 24,5%, em 2012. Ao mesmo tempo a classe média aumentou de 22% da população em 2000 para quase 35% em 2012.”

Mas Azevedo diz que o estudo chama a atenção daqueles que são chamados de vulneráveis, pessoas que vivem entre US$ 4 e US$ 10, por dia. Ela explicou que os pobres são os que sobrevivem com menos de US$ 4 por dia e a classe média fica entre US$ 10 e US$ 50 diários.

Vulneráveis

O Pnud está preocupado com os vulneráveis porque eles não conseguem viver com o nível da classe média, mas também não são mais classificados como pobres.

A assessora disse que sem uma rede de proteção social, no caso de uma crise financeira ou um desastre natural essa classe cairá na pobreza. Por isso a agência da ONU pediu aos países que aumentem a resiliência para proteger esse grupo.

Carolina Azevedo explicou como foi feita a avaliação para encontrar as razões para os progressos e avanços obtidos não só pelo Brasil mas por toda a região.

“A gente pode dizer que mais ou menos 62% da queda da pobreza na América Latina foi resultado do crescimento econômico e , por outro lado, 38% foi efeito da distribuição de renda. O Brasil segue mais ou menos essa tendência. Mais ou menos 63% da redução da pobreza foi um efeito do crescimento econômico enquanto 37% dessa queda na pobreza foi um efeito de distribuição de renda.”

América Latina

O estudo do Pnud mostra que no geral, em toda a América Latina, a classe média cresceu de 21% para 34% entre 2000 e 2012. A população de vulneráveis subiu de 35% para 38% e a de pobres caiu de 42% para 25% durante o mesmo período.

O Peru foi o país da região que registrou o maior número de pessoas saindo da pobreza e entrando na classe média. A Bolívia foi o que teve a maior queda no número de pobres mas ao mesmo tempo computou o maior aumento de vulneráveis.

Chile e Argentina reduziram tanto o número de pobres quanto o de vulneráveis. A República Dominicana teve uma queda na classe média e em El Salvador, o número de pessoas vulneráveis aumentou devido a redução da pobreza e da classe média.

Em metade dos 18 países pesquisados, mais de 20% da população jovem entre 15 e 24 anos não trabalha nem estuda. O maior índice foi registrado na Guatemala, com 25% e o menor, 15,3% no Uruguai e no Peru.

Fonte: Rádio ONU

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