sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Banco Mundial: Fim da prosperidade não significa o aumento da pobreza na América Latina.

Relatório do Banco Mundial conclui que emprego e educação de qualidade para todos são essenciais para manter as conquistas sociais. Crescimento regional, de 1,2% este ano, sobe para 2,2% em 2015.
O relatório concluiu que investir na qualidade do ensino fundamental, médio e superior é essencial para manter as conquistas dos últimos anos. Foto: Banco Mundial Brasil.

Com o aumento dos preços das commodities, América Latina e Caribe mostraram que o crescimento pode favorecer os mais pobres, promovendo um grande progresso social. Mas com a desaceleração nesta região, é importante considerar os fatores que estimularão a atividade econômica, assegurando que os pobres não sejam deixados de lado.

O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Augusto de la Torre, afirmou que “em termos de equidade, o simples fato de que hoje a América Latina não é a mesma dos anos 1980 e 1990 já é uma boa notícia. Pela primeira vez na história recente, a região não está seguindo um ciclo de prosperidade e de crise, que costumava produzir um retrocesso econômico ao longo de muitos anos e prejudicava especialmente os pobres”.

Previsão de crescimento brasileira de 0,5%

O escritório regional do Banco Mundial previu em seu <último relatório semestral, “Desigualdade na América Latina com baixo crescimento”, uma taxa média de crescimento de 1,2% para 2014 e um aumento para 2,2% em 2015. O relatório, que foi publicado antes das reuniões anuais do Grupo Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), mostra uma grande heterogeneidade na região.

Segundo o relatório, o Panamá ganha destaque com um crescimento de 6,6% em 2014, e espera-se que a Bolívia, a Colômbia, o Equador, a Guiana, a Nicarágua, o Paraguai, a República Dominicana e o Suriname cresçam mais de 4%, muito acima da média regional.

As grandes economias da região, porém, não oferecem expectativas muito positivas. O Brasil deve crescer apenas 0,5% enquanto espera-se que Venezuela e Argentina apresentem percentuais negativos, de -2,9% e -1,5%, respectivamente.

Educação é chave para promoção de igualdade

Durante os últimos anos, a América Latina e o Caribe conseguiram reduzir a pobreza extrema à metade, chegando a 12% em 2012, e duplicaram o contingente da classe média, chegando a 34% da população. Porém, com a desaceleração do nível de crescimento, estes países podem ter dificuldades para manter as conquistas sociais dos últimos tempos.

“Países com altos níveis de endividamento ou que sofram pressões inflacionárias poderão ter mais dificuldade de resposta, podendo ficar tentados a seguir o caminho da menor resistência, mantendo o consumo agregado e o gasto público elevado, e endividando-se para financiar os déficits fiscais e externos gerados”, explicou de la Torre.

O relatório, no entanto, ressalta que para manter o crescimento favorável aos mais pobres, devem-se aliar políticas que elevem a qualidade e a cobertura da educação com a crescente demanda por mão de obra. Investir na qualidade do ensino fundamental, médio e superior é essencial para garantir uma distribuição mais igualitária dos dividendos do aumento da produtividade.

Fonte: ONU Brasil

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