‘Bike negócios’ crescem com maior
número de ciclovias em São Paulo.
por Redação do EcoD
A política de ampliação da rede de ciclovias e
ciclofaixas na cidade de São Paulo tem contribuído para o aumento da compra de
bicicletas, em especial as elétricas, informou matéria da Folha de S.Paulo publicada no domingo, 12 de outubro. A
reportagem traz casos de paulistanos que trocaram o carro pelas bikes para se
deslocarem até o trabalho – e mostra que estão satisfeitos com a escolha.
Este é o caso, por exemplo, do assistente jurídico
Thiago Ermel, 33, que vai diariamente de casa, em Pinheiros, ao trabalho, na
Liberdade (centro), um trajeto que dura 25 minutos, o mesmo tempo que costumava
levar de carro. “Mas eu tinha mais dor de cabeça, porque tinha que pagar
estacionamento, gasolina, manutenção. Hoje, economizo muito dinheiro”, relatou.
Segundo Thiago, a grande vantagem da bicicleta
elétrica é a capacidade que ela tem de suportar obstáculos como ladeiras. “Se
você tem um caminho mais difícil, que não é todo plano, e não tem como tomar um
banho e se tocar no seu trabalho”, exemplificou o assistente jurídico.
Opção semelhante fez Rafael Botelho, 35, gerente
de investimentos de um banco que mora na zona oeste da capital paulista. Todos
os dias ele veste seu terno preto, gravata e sapato social, e em seguida monta
em sua bicicleta elétrica rumo ao trabalho. “Não posso chegar suado, então
optei por uma bicicleta elétrica”, justificou. “Passar a andar de bicicleta
mudou minha relação com a cidade”, destacou.
Movimento crescente
Para os donos de lojas especializadas, há um
movimento ascendente de pessoas que trocaram seus carros por bicicletas
elétricas. O executivo da Sense Bikes, Caio Ribeiro, informou que suas vendas
de bicicletas elétricas aumentaram 40% entre agosto e setembro deste ano, no
comparativo com os 5% a 10% registrados em 2013.
A Dafra Motos, que também produz bicicletas
elétricas, afirmou que começou a fabricar o produto com foco no usuário do
transporte coletivo sem dinheiro para comprar uma moto, contudo, os clientes
preferenciais são os clientes que possuem carros, mas agora querem uma melhor
qualidade de vida.
Os modelos mais baratos de bicicletas elétricas
estão na faixa dos R$ 2 mil. “O Brasil tem uma das bicicletas mais caras do
mundo, com 72,3% de impostos sobre o custo”, observou o consultor em mobilidade
e cicloativista Daniel Guth. “A carga tributária está mais próxima dos produtos
nocivos, como cigarro e álcool, do que dos benéficos à saúde”, comparou.
Bike negócios
Revenda de bicletas, produção e distribuição de
acessórios e serviços de manutenção e customização são alguns dos negócios que
estão surgindo e crescendo com esse interesse da população pelo ciclismo.
Segundo os especialistas, o e-commerce e as customizações são duas das
principais oportunidades nesse segmento, mas é fundamental que os empresários
estejam atentos às necessidades do consumidor.
O coordenador do movimento Salvador Vai de Bike,
Isaac Edington, entende que as empresas podem contribuir muito para a melhoria
da mobilidade urbana, ao criarem condições para que, cada vez mais pessoas,
possam usar a bicicleta para se deslocar até o trabalho. Em setembro, a capital
baiana sediou um evento voltado para os bike negócios, no qual estiveram
reunidos empresários do setor e autoridades.
Fonte: EcoD
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