quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Capitalismo, Desenvolvimento Econômico e Devastação Ambiental, artigo de Valdeci Pedro da Silva.
A derrubada de florestas, que causa grandes alterações climáticas, e que é responsável pela morte de cursos d’água e de espécies vivas – animais e vegetais – é motivada, no Brasil, pela atividade agropecuária, cuja produção destina-se à exportação, e pelo crescimento da população humana interna e externa.

A atividade agropecuária – como toda atividade produtiva – e o crescimento da população humana, são elementos essenciais para o desenvolvimento do capitalismo.

Portanto, tratar dos problemas ocasionados por esses elementos – atividades produtivas e crescimento da população humana – sem os relacionar ao regime capitalista, e, inutilmente, tentar resolvê-los dentro do próprio regime, ou significa total desconhecimento de causa ou disfarçado apoio à devastação empreendida pelo capitalismo.

A devastação ambiental capitalista ocorre, sempre, amparada pelo poder do Estado, cuja principal função é criar as melhores condições para que o desenvolvimento econômico ocorra sem obstáculos e com a maior intensidade possível.

O Estado capitalista exerce essa função, para a qual ele foi constituído, sem prestar muita atenção aos estragos socioambientais causados, pois a vida do governo estatal depende do desempenho das empresas privadas e de relativa estabilidade social, a qual não se mantem com elevado nível de desemprego da classe trabalhadora ou com grande perda do poder aquisitivo de grande parte da população.

Aí está a contradição do regime capitalista: ele segue firme e em ritmo cada vez mais acelerado em direção à extinção total das condições de vida no planeta Terra, mas faz isto, sempre, de forma aparentemente justificada, pois a vida dos governos de seus Estados e a vida das pessoas dependem de seu desenvolvimento, enquanto ele existir.

Síntese: ou a grande maioria das lideranças políticas, econômicas e religiosas planetárias têm clara compreensão do destino fatal, para todas as espécies vivas, a que levará o regime capitalista, e, imediatamente, se unem e se organizam para promover sua abolição, e para criar uma administração planetária única, sem a existência de Estados nacionais, sem práticas de atividades que ensejem obtenção de lucro, sem competição, mas através da colaboração de todos os seres da espécie humana, ou ficaremos todos, seres vivos ainda existentes, submetidos aos desígnios do regime capitalista.

Valdeci Pedro da Silva é Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Federal de Alagoas. 


Fonte: EcoDebate

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