Gestão inteligente e integrada da
água é fundamental para paz e segurança globais.
por
Redação da ONU Brasil
Criança recebe água em campo de refugiados de
Darfur, no Sudão. Foto: UNAMID/Albert González Farran.
O acesso reduzido à água decorre das mudanças
climáticas, da rápida urbanização e das pressões populacionais e pode
intensificar tensões sociais, instabilidade política e fluxos de deslocamento.
A água é o mais básico de todos os direitos humanos
e um elemento central para os assuntos globais e para a agenda de
desenvolvimento, tendo implicações na paz e na segurança internacionais, disse
o vice secretário-geral, Jan Eliasson, à Cúpula Mundial da Água realizada em
Londres na última quinta-feira (06).
Eliasson enfatizou a importância da
“hidro-diplomacia” ou “diplomacia da água”, uma vez que o acesso reduzido à
água – decorrente das mudanças climáticas, da rápida urbanização e das pressões
populacionais – pode intensificar as tensões sociais, a instabilidade política
e os fluxos de deslocamento.
Estima-se que as demandas de água cresçam em 40%
até 2050 e que 1,8 bilhão de pessoas em breve vivam em países ou regiões
afetadas pela escassez hídrica. Atualmente 750 milhões de pessoas não têm
acesso à água própria para o consumo, enquanto cerca de 2 milhões de crianças
abaixo dos cinco anos morrem a cada ano por falta de água potável e de
saneamento adequado.
No entanto, graças à mobilização global inspirada
nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), dois bilhões de pessoas
foram beneficiadas com o acesso a fontes melhoradas de água, resultado de
investimentos e políticas inteligentes.
O vice secretário-geral ainda ressaltou que a água
é utilizada como arma de guerra, como já ocorreu nos conflitos de Darfur, no
Sudão, da Etiópia e, mais recentemente, nos embates relacionados ao Estado
Islâmico (EI).
As tensões referentes à distribuição de água ainda
devem ser exacerbadas por conta das mudanças climáticas. Por isso, Eliasson
clamou pela gestão mais inteligente do recurso, que deve contar com parcerias
globais entre governos e iniciativas privadas.
Fonte: ONU Brasil
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