quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Cadeia socioprodutiva do babaçu é foco de estudo no noroeste mato-grossense.
Estudo foi apresentado a agricultores familiares e jovens rurais, na comunidade de Ouro Verde. Foto: Divulgação/ICV

Sucena Shkrada Resk/ICV 

O Instituto Centro de Vida (ICV), por meio de levantamento encomendado à consultoria Ecooideia – Ideias Ambientais e Tecnologias Sociais, apresentou os resultados do Estudo relacionado à cadeia socioprodutiva do babaçu no Noroeste de Mato Grosso, em evento que reuniu mais de 40 pessoas na comunidade Ouro Verde, no Projeto de Assentamento Nova Cotriguaçu, no último dia 21. O trabalho também foi exposto em encontro na Câmara Municipal, no dia 23, que contou com a participação de 15 pessoas. A iniciativa dá prosseguimento a um mapeamento do setor realizado em julho deste ano, que envolve os Grupos de Mulheres das Comunidades de Ouro Verde e de Santa Clara.

Os consultores Fábio Melo e Luciana Rocha identificaram propostas de ações de fortalecimento, como busca e divulgação de tecnologias adequadas ao segmento, capacitações contínuas na área de gestão e boas práticas e incentivo à participação em feiras. Um dos aspectos importantes da consolidação, segundo eles, está na formalização em curto prazo dos grupos de mulheres e comercialização no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que já tem fluxo no noroeste e norte mato-grossense, em Colniza e Nova Monte Verde, e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Antes de buscar uma certificação, a recomendação é que as agricultoras familiares atinjam uma escala de produção significativa em relação ao seu potencial, com infraestrutura e assistência técnica adequadas para a agregação de valor à produção e melhoria do processo produtivo. Essas adequações já estão em curso, com a aquisição de equipamentos para despolpa e corte, entre outros e capacitações realizadas neste ano, Entre elas, boas práticas de fabricação.

Os consultores expuseram que existe um mercado nacional da cadeia socioprodutiva do babaçu no setor de cosméticos, saboaria e energia para o óleo de amêndoa do babaçu, com pelo menos, 11 empresas atualmente. E há cinco organizações do setor de alimentos para a aquisição da farinha de mesocarpo. No Mato Grosso, tanto o óleo como a farinha de babaçu já são utilizados na alimentação pela Pastoral da Saúde, em Colniza, como na mistura da ração animal comercializada pela Cooperativa Agropecuária de Cotriguaçu (Coopercotri).
Estudo também foi apresentado a interessados na cadeia socioprodutiva e gestores públicos, na Câmara Municipal de Cotriguaçu. Foto: Divulgação/ICV.

 ”Um dos objetivos do estudo e das oficinas é fazer sair da invisibilidade a produção do babaçu pelas famílias, para pautar esse tema e do extrativismo como um todo junto aos gestores públicos e em espaços estratégicos de discussão de normas e políticas públicas que balizam a cadeia produtiva”, diz Solène Tricaud, analista de desenvolvimento comunitário do ICV.

Segundo ela, como próximos passos cada ator precisa efetivar as ações levantadas. “O ICV acompanhará a implementação dos planos e ajudará em diversos momentos, tanto a nível local junto aos grupos de mulheres até a nível estadual, levando e discutindo essas informações com a Secretaria de Agricultura e Assuntos Fundiários de Mato Grosso (SEAF).

O estudo integra as ações desenvolvidas pelo Instituto Centro de Vida (ICV), no Projeto Cotriguaçu Sempre Verde – Fase II, que busca consolidar uma nova trajetória de desenvolvimento municipal, pautada na construção de soluções sustentáveis de produção e governança socioambiental. O projeto iniciado em 2011 tem o apoio do Fundo Vale. Também faz parte de ações em parceria com o Projeto PPP-ECOS (Programa de Pequenos Projetos Ecossociais), com recursos do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e com o Fundo Socioambiental CASA.

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Fonte: ICV

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