sexta-feira, 17 de junho de 2016

Alerta de desmatamento na Amazônia aumenta; MT é o estado mais atingido.
Pesquisadores do INPE detectaram alertas em 615 km² da Amazônia, área quase do tamanho da cidade de Salvador, capital da Bahia.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, divulgou que o alerta de desmatamento na Amazônia aumentou. Os retratos feitos por satélite mostram as áreas mais afetadas e ajudam a fiscalização. Veja a íntegra do relatório.

Os pesquisadores do INPE detectaram alertas de desmatamento em 615 quilômetros quadrados da Amazônia entre novembro do ano passado e fevereiro desse ano. A área é quase do tamanho da cidade de Salvador, capital da Bahia.

O estado que emitiu mais alertas foi Mato Grosso, seguido do Pará e de Rondônia. O monitoramento é feito por satélites, que captam as imagens da floresta. As informações, como local e tamanho da área degradada, são transmitidas para equipes de fiscalização.

“Estamos com sucesso muito grande no controle de desmatamento e que é muito fruto dessa harmonia de produção de informação a partir de dados de sensoriamento remoto e a utilização desses dados pelo aparelho de fiscalização e controle em campo”, afirma Dalton Valeriano, coordenador do programa.

O INPE possui dois sistemas com informações de desmatamento. O Deter é para alertas rápidos. O outro é o Prodes, que é um sistema que cruza informações e resulta em um relatório mais preciso, que deve ser divulgado nos próximos meses.

Entre novembro e abril, época de chuvas na Amazônia, a observação por satélites fica mais complicada por causa das nuvens que cobrem a região. Mesmo assim, o sistema do INPE envia diariamente os dados de desmatamento ao Ibama e ao Ministério do Meio Ambiente.

“Hoje, por exemplo, está em andamento a Operação Onda Verde, que em pleno período de chuva apreendeu 65 mil metros cúbicos de madeira em tora”, afirma o coordenador do programa.

Em Mato Grosso, a área com alerta desmatamento, identificada pelo satélite Deter, chegou a 734 quilômetros quadrados. As regiões mais atingidas são as de Juína e Sinop, no norte do estado.

Os números incluem desmatamento parcial e o corte raso, quando há o desmatamento total da área e o solo fica exposto. Na maioria dos casos isso é feito para dar espaço à agricultura e pecuária.

Segundo o superintendente do Ibama em Mato Grosso, Markus Santos Lima, desde o início do ano estão sendo intensificadas as operações na região. Em 40 dias foram quatro mil hectares de áreas embargadas e R$ 18 milhões em multas aplicadas.

Novas frentes de fiscalização vão ser montadas nos próximos dias no estado com o apoio de policiais da Força Nacional para coibir o avanço do desmatamento na Amazônia.

No Pará, o segundo estado no ranking, o grande problema é o pasto. O desmatamento ilegal é relacionado também à indústria do carvão e da madeira. O Ibama detectou um fato novo no estado: o desmate da floresta no período de chuvas. Essa foi uma tentativa dos desmatadores driblarem a fiscalização, por isso o instituto antecipou as operações.

Só no mês de março o Ibama apreendeu mais madeira do que em todo o ano passado. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente disse que ainda está analisando o levantamento, e que já investiu em um sistema de alta resolução na floresta para ajudar nas operações.

Fonte: G1

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