Alerta
de desmatamento na Amazônia aumenta; MT é o estado mais atingido.
Pesquisadores do INPE
detectaram alertas em 615 km² da Amazônia, área quase do tamanho da cidade de
Salvador, capital da Bahia.
O Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, o INPE, divulgou que o alerta de desmatamento na Amazônia
aumentou. Os retratos feitos por satélite mostram as áreas mais afetadas e
ajudam a fiscalização. Veja
a íntegra do relatório.
Os pesquisadores do
INPE detectaram alertas de desmatamento em 615 quilômetros quadrados da
Amazônia entre novembro do ano passado e fevereiro desse ano. A área é quase do
tamanho da cidade de Salvador, capital da Bahia.
O estado que emitiu
mais alertas foi Mato Grosso, seguido do Pará e de Rondônia. O monitoramento é
feito por satélites, que captam as imagens da floresta. As informações, como
local e tamanho da área degradada, são transmitidas para equipes de
fiscalização.
“Estamos com sucesso
muito grande no controle de desmatamento e que é muito fruto dessa harmonia de
produção de informação a partir de dados de sensoriamento remoto e a utilização
desses dados pelo aparelho de fiscalização e controle em campo”, afirma Dalton
Valeriano, coordenador do programa.
O INPE possui dois
sistemas com informações de desmatamento. O Deter é para alertas rápidos. O
outro é o Prodes, que é um sistema que cruza informações e resulta em um
relatório mais preciso, que deve ser divulgado nos próximos meses.
Entre novembro e abril,
época de chuvas na Amazônia, a observação por satélites fica mais complicada
por causa das nuvens que cobrem a região. Mesmo assim, o sistema do INPE envia
diariamente os dados de desmatamento ao Ibama e ao Ministério do Meio Ambiente.
“Hoje, por exemplo,
está em andamento a Operação Onda Verde, que em pleno período de chuva
apreendeu 65 mil metros cúbicos de madeira em tora”, afirma o coordenador do
programa.
Em Mato Grosso, a área
com alerta desmatamento, identificada pelo satélite Deter, chegou a 734
quilômetros quadrados. As regiões mais atingidas são as de Juína e Sinop, no
norte do estado.
Os números incluem
desmatamento parcial e o corte raso, quando há o desmatamento total da área e o
solo fica exposto. Na maioria dos casos isso é feito para dar espaço à
agricultura e pecuária.
Segundo o
superintendente do Ibama em Mato Grosso, Markus Santos Lima, desde o início do
ano estão sendo intensificadas as operações na região. Em 40 dias foram quatro
mil hectares de áreas embargadas e R$ 18 milhões em multas aplicadas.
Novas frentes de
fiscalização vão ser montadas nos próximos dias no estado com o apoio de
policiais da Força Nacional para coibir o avanço do desmatamento na Amazônia.
No Pará, o segundo
estado no ranking, o grande problema é o pasto. O desmatamento ilegal é
relacionado também à indústria do carvão e da madeira. O Ibama detectou um fato
novo no estado: o desmate da floresta no período de chuvas. Essa foi uma
tentativa dos desmatadores driblarem a fiscalização, por isso o instituto antecipou
as operações.
Só no mês de março o
Ibama apreendeu mais madeira do que em todo o ano passado. A Secretaria
Estadual de Meio Ambiente disse que ainda está analisando o levantamento, e que
já investiu em um sistema de alta resolução na floresta para ajudar nas
operações.
Fonte: G1
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