quarta-feira, 22 de junho de 2016

Fundação e INPE divulgam dados inéditos sobre a Mata Atlântica paulista.

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram dados inéditos sobre a situação da Mata Atlântica no Estado de São Paulo. A análise é um desdobramento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que teve seus dados gerais divulgados na última semana. Para São Paulo, a partir de uma metodologia que reduz de 3 hectares (ha) para 1 hectare a área mínima de identificação das imagens captadas por satélite, foi possível produzir um raio-x mais preciso, que inclui fragmentos florestais menores e em estágios iniciais de regeneração. A análise revela que o Estado tem hoje 22,9% (cerca de 3,9 milhões de ha) de sua Mata Atlântica original – pela metodologia de 3 ha, considerava-se que este total era de 2,7 milhões de ha, ou 16,2%.

Realizado há 30 anos pela Fundação SOS Mata Atlântica, o Atlas dos Remanescentes Florestais inclui apenas áreas mais preservadas, acima de 3 hectares, capazes de manter a biodiversidade original. Com a nova metodologia, mais inclusiva, é possível considerar também áreas com vegetação de porte florestal que tenham sinais de alteração (bosqueamento, clareiras, etc.) ou que ainda estejam em estágios iniciais de regeneração – são pontos que, mesmo sem um alto grau de conservação, ainda exercem algum tipo de proteção hídrica, por exemplo. Assim, este mapeamento pode ser usado para o planejamento de ações de proteção da água que abastece rios e represas, criação de corredores ecológicos e recuperação da vegetação nativa.

Em São Paulo, esta classe de vegetação mapeada no estudo representa 1.143.656 hectares, ou 29% da Mata Atlântica ainda presente do estado. Já os remanescentes florestais (Mata) respondem por quase 60% (2.340.226 ha) – o restante está dividido em áreas de restinga, várzea, mangues e outras formações naturais. “No Dia do Meio Ambiente, a SOS Mata Atlântica divulga este mapeamento inédito como um presente para o estado de São Paulo, que será entregue oficialmente para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente para o auxílio no planejamento de políticas de proteção e recuperação da Mata Atlântica paulista e estará disponível para a sociedade. Com imagens mais precisas, é possível observar fragmentos menores de floresta que garantem a proteção das nascentes e do fluxo hídrico, fundamentais em um cenário de escassez de água que ainda enfrentamos”, afirma Márcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica e coordenadora do Atlas.

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