quarta-feira, 6 de julho de 2016

Leitura e interpretação de texto colaboram com medalhistas brasileiros em olimpíada internacional de Matemática.
“Matemática e Português, tudo a ver”, é assim que pensa uma medalhista de ouro na Olimpíada Canguru de Matemática, competição internacional que acontece em 52 países e reúne mais de seis milhões de estudantes. Empoderada com o Método Maestrello, a aluna do quarto ano do Externato Rio Branco, Ana Beatriz Ruiz Cecanho, de 9 anos, está entre os 25 premiados pelo colégio de São Bernardo do Campo (SP).

Ela falou da sua alegria pela vitória e acredita que o prêmio possa servir de inspiração para trilhar uma carreira na área do teste: “gostei de conseguir uma medalha, meus pais ficaram tão felizes que vão até fazer um quadro para colocá-la, e talvez ela faça com que eu me empenhe para algum emprego sobre Matemática”.

“Senti-me surpreso e com um pouco de alegria, porque consegui alcançar o que eu queria quando estava fazendo a prova, e as aulas que se utilizam do método ajudaram na interpretação dela, porque, se entendermos errado uma palavra do enunciado, mudamos completamente a resposta. Meus pais também me deram parabéns e ficaram muito felizes com a minha conquista, que aumentou minha confiança de que, se eu quiser [novas premiações], posso conseguir, basta que eu estude”, disse outro medalhista de ouro, Victor Sadao Aiabe, 10, do quinto ano.

Somente no Brasil, 1.353 escolas se inscrevam para a competição deste ano e, no total, 173.056 estudantes realizaram a prova, mas apenas 5% dos participantes foram premiados. No Ensino Fundamental I, o externato recebeu 16 medalhas e nos ensinos Fundamental II e Médio outras nove. 

“O trabalho de Literatura realizado no Rio Branco contribui para o avanço na leitura, interpretação e produção dos textos, pois os alunos passaram a se preocupar com as suas respostas, escrevendo-as com clareza e coerência. Além disso, a prática de resoluções de simulados e avaliações diversificadas deixam os estudantes mais acostumados e seguros com as estratégias de avaliações”, afirmou a coordenadora pedagógica, Daniela Colosso de Sá, 43.

“O trabalho da Maestrello ajuda bastante na parte de leitura, principalmente interpretação, e isso contribui muito na hora de ler um problema. A criança fica focada, consegue entender o que está pedindo o enunciado e monta a conta com sucesso; nas respostas a gente observa também que elas são mais completas – por exemplo, a pergunta é ‘quanto sobrou de tal coisa?’, daí o aluno responde direitinho: ‘sobraram tantas coisas…” -, então a gente percebe que o método está ajudando no foco, organização do problema e na interpretação, especialmente por causa da concentração exigida no momento da leitura silenciosa que eles praticam todos os dias. Lembrando que esse teste [da Olimpíada Canguru] é intenso, profundo, leva o aluno a pensar mais e exige dele foco para conseguir resolver suas questões, está aí a importância da leitura e da interpretação na minha matéria”, ressaltou a professora de Matemática do quinto ano, Jucelma Ferreira Balmant, 39.
Diretora da escola há 24 anos, Maria Augusta Paranhos Faro reforça que qualquer disciplina envolve a interpretação daquilo que se está propondo em forma de texto. “A Canguru é uma prova que exige alguns conhecimentos conceituais da criança, em que ela pode, às vezes, não saber resolver matematicamente uma questão, mas consegue acertá-la quando interpreta direito seu enunciado. E o trabalho que a gente vem desenvolvendo atingiu este ponto: a interpretação dos nossos alunos tem melhorado bastante. Quem sabe interpretar, sabe escolher. Minha intenção é justamente que meus alunos saibam fazer escolhas a partir de uma interpretação objetiva de tudo o que é proposto a eles. 

Matemática cobra muito isso, não a Aritmética – soma, subtração, multiplicação e divisão -, mas a Lógica, que analisa gráficos, dados, estatísticas, tão presentes no dia a dia de todos; e nosso trabalho em Língua Portuguesa contribui para a melhora desse raciocínio em todas as outras disciplinas”, destacou a mantenedora da instituição de ensino, que foi fundada em 1967.

“Minha consultoria no Externato Rio Branco é um sonho realizado e uma angústia minimizada, pois a leitura e a produção de texto sempre foram desafios para mim, desde quando comecei a lecionar no Ensino Médio. Os alunos prestavam vestibulares, não conquistavam as notas necessárias para passar. Eu não conseguia ensinar muita coisa para a aceleração da aprendizagem deles. Porém, com meus filhos ingressando na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, pude visualizar onde estava o problema, que é justamente a falta dos critérios de correção de texto, já no período de alfabetização. 

Quando cheguei aqui, já apresentei essa proposta para a direção, que abraçou a causa e, por isso, hoje estamos comemorando essa conquista internacional, que faz com que eu me sinta plenamente realizada e orgulhosa pelo colégio e seus estudantes premiados”, comentou a educadora e criadora da metodologia, Ana Lúcia Maestrello, 41, que corrige redações de vestibulares há mais de 20 anos.


Fonte: ENVOLVERDE

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