terça-feira, 20 de outubro de 2015

Não há desenvolvimento num planeta morto.
A fauna do fim do século 21. Foto: John Skodak.

Por Lúcia Chayb e René Capriles –

A edição de setembro de 2015 da Eco21, uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, traz excelentes textos. Confira abaixo o editorial e o índice!

Editorial

Os líderes reunidos na ONU no dia 25 deste mês (Setembro) aprovaram um conjunto de metas de desenvolvimento que vão da erradicação da pobreza à igualdade de gênero e adotaram uma série de medidas urgentes sobre as mudanças climáticas, mas que só serão viáveis, de acordo com ONGs de combate à pobreza, se os países acabarem com tipo de consumo atual. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon descreveu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030 como “corajosos, mas atingíveis” sendo que é “o resultado de um processo de consulta que foi o mais aberto e transparente na história da ONU no qual indivíduos, sociedade civil, empresas, cientistas, acadêmicos e outros trabalharam com os governos”.

A Assembleia-Geral da ONU adotou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, um plano de ação a favor das pessoas, do Planeta e da prosperidade, que tem a intenção de fortalecer a paz universal e o aceso à justiça. Os Estados membros da ONU aprovaram uma resolução na qual reconhecem que o maior desafio do mundo atual é a erradicação da pobreza e afirmam que sem atingi-la não haverá desenvolvimento sustentável. Já o Papa Francisco, que participou da Conferência assinalou que o panorama mundial contemporâneo apresenta “muitos direitos falsos e grandes setores indefesos, vítimas de um mau exercício do poder”. Por outro lado, disse Francisco, “é fundamental a proteção do meio ambiente” e confiou que a COP-21 de Paris tenha resultados satisfatórios. A ameaça nuclear também ocupou um importante espaço no discurso do Papa: “uma ética e um direito baseados na ameaça da destruição mútua e possivelmente de toda a humanidade são contraditórios e constituem uma fraude a toda a construção da ONU”.

Já a Coalizão “Brasil Clima, Florestas e Agricultura”, movimento que reúne empresas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e entidades setoriais, entende que o Brasil pode estabelecer uma INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas) ambiciosa, com metas palpáveis, inspiradoras e mobilizadoras para a COP-21. A INDC é um documento que contém o que cada país pretende fazer para reduzir e remover as emissões de Gases do Efeito Estufa. Segundo Diego Arguedas, especialista em mudanças climáticas, o ano 2015 é importante para América Latina porque será acertada uma nova agenda global de desenvolvimento e será assinado um acordo climático mundial. É fundamental enfrentar a mudança climática mediante ações compatíveis com os objetivos econômicos, sociais e ambientais.

“Estamos diante de uma grande mudança”, comentou Marina Grossi, Presidente do CEBDS. “A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura tem a expectativa de que se estabeleçam no Brasil novos mecanismos capazes de valorizar nossas florestas e agricultura rumo a uma economia de baixo carbono, incentivando a geração energética renovável e desestimulando a produção de emissores primários de carbono; esta seria uma grande solução”. Sem medidas de controle das emissões e de uma mudança do consumo global, não haverá futuro, então, como diz Arguedas, estaremos sobrevivendo num Planeta já morto.

Índice
4 Carlos Rittl – A poluição é a pior forma de pobreza
5 Carlos Nobre – Oportunidade Histórica
6 Alfredo Sirkis – Rumo a uma Bretton Woods do baixo carbono
8 Ricardo Abramovay – Por uma revolução verde, de viés biônico
10 José Graziano da Silva – Quinze anos para sempre
12 Nora Happel – Obama faz história com o Plano de Energia Limpa
14 Elton Alisson – Redução do desmatamento evita milhares de mortes
16 Carta Aberta – ONGs pedem ambição no combate ao desmatamento
18 Stella Paul – Entrevista com Rajendra Singh
20 Roberto Malvezzi – O pânico da irrigação do vale do Rio São Francisco
21 AzizaAkhmouch – Governança de risco dos recursos hídricos no Brasil
22 Kanya D’Almeida – A água potável é mais uma vítima do comflito sírio
24 Malu Nunes – O capital natural e o futuro
25 Vanessa Nardo – Natura ganha o Prêmio “Campeões da Terra” da ONU
28 Orleans Costa – A riqueza invisível do Cerrado está ameaçada
30 Guilherme Nascimento – A PEC do Cerrado está estagnada desde 1995
32 Eliana Barreto Lucena – Alternativas para impedir o fim do Cerrado
34 Luiz Roberto GravinaPladevall – Cartão vermelho para o lixo
35 Raquel Rolnik – Somos um país de lixões
36 Erik Von Farfan – ALERJ quer que prefeituras aumentem coleta seletiva
37 Valéria Dias – Entraves marcam logística reversa de eletroeletrônicos
38 Leandro Cipriano – A eólica pode ser a energia que mais crescerá no Brasil
40 André Trigueiro – Onde há vento não há crise
42 Letícia Leite – Índios do Xingu conquistam mercado com orgânicos
44 Leomar Daroncho – O silêncio em relação aos impactos dos agrotóxicos
46 José Monserrat Filho – Qual será o destino do “Destino Manifesto”?
48 Zé Gustavo – Rede Sustentabilidade se torna partido oficialmente
50 Leonardo Boff – Estão acabando os recursos na despensa da Casa Comum

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