quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Uma das regiões mais impactadas pelo fracking.
Missão promove encontro de parlamentares com Povo Mapuches e agricultores nas regiões impactadas pelo fracking.

Nas províncias de Neuquén e Rio Negro, a comitiva de deputados e vereadores paranaenses encerrou a missão oficial à Argentina com uma intensa agenda de compromissos na região mais impactada pelo fraturamento hidráulico, o fracking, na América do Sul.
Organizada pela 350.org Brasil e COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, com o apoio do Senador argentino Fernando Solanas e Observatório Latino Americano contra o Fracking, a Missão Não Fracking América Latina possibilitou que o grupo conhecesse a realidade devastadora da exploração de petróleo e gás de xisto. O cenário é de total e irreversível contaminação de água, alimentos e pessoas.

Foi possível conversar com legisladores dos países impactados, trocar experiências com deputados e vereadores provinciais, além de ouvir agricultores, frutificultores e lideranças dos povos Mapuche, todos impactados pelo fracking há anos. A comitiva esteve nas plantações de maçãs e peras em Alto Valle (foto), em Rio Negro, onde já há onde já há um movimento que exige do governo argentino providências para interromper operações de fracking na região.
A missão paranaense é composta pelos deputados estaduais Rasca Rodrigues (PV), autor de Projeto de Lei que proíbe o fracking no Paraná, Márcio Nunes (PSC), Schiavinato (PP) e Fernando Scanavaca (PDT). Também participam os vereadores de Toledo Vagner Delabio (PMDB) e Tita Furlan (PV), além do Renato Eidt, representando o prefeito de Toledo.

Durante a estada em Allen, o fundador e coordenador da COESUS, Dr. Eng. Juliano Bueno de Araujo, destacou o encontro com os Povos Mapuches “que são hoje dizimados pela indústria perversa do fracking. Fomos levar nosso apoio e informar que eles não estão sozinhos nessa luta”.
Integrante da comitiva, o vereador de Toledo, Vagner Delabio, disse que visitar os locais onde o fracking acontece e poder conversar com as pessoas, “faz a gente perceber que o impacto não é só ambiental. Há grande prejuízo social, para todas as comunidades onde há poços, No caso dos Mapuches, eles são expulsos da suas terras e não podem voltar”.

Na reunião com os agricultores da região de Rio Negro, a situação também é critica. Antes da indústria do petróleo e gás de xisto chegar, a produção de frutas movimentava a economia da província. Agora, os frutificultores contam que estão tendo problemas com exportação, pois o mercado rejeita alimentos contaminados, comprando apenas ‘frutas livre do fracking’.

Ameaça de bomba

A missão oficial dos legisladores paranaenses começou no início da semana em Buenos Aires, com uma série de compromissos que contou com a articulação do Senador argentino Fernando Pino Solanas, principal voz contrária à indústria do hidrocarboneto na América Latina.

Uma ameaça de bomba fez que com o salão onde estava sendo realizado um encontro sobre Alternativas ao Extrativismo fosse evacuado, levando apreensão para senadores, deputados e ativistas de Argentina, Brasil, Chile e Equador. “A presença num único local dos protagonistas da luta contra o fracking na América Latina despertou a ira da indústria. Foi uma clara tentativa de intimidação. Mas eles não vão nos silenciar. Estamos mais unidos e fortes do que nunca”, garantiu Nicole Figueiredo de Oliveira, Diretora da 350.org Brasil.

Ainda segundo Nicole, ao lado de senadores da Argentina, Uruguai e Equador, nós da 350.org Brasil e COESUS apresentamos uma agenda latino-americana de desenvolvimento sustentável e combate ao fraturamento hidráulico. “Este é o caminho para enfrentarmos as mudanças climáticas. Todos estaremos juntos em Paris, na França, para a COP 21 lançando uma Rede Latino Americana independente, livre, com propostas e soluções”, finalizou.

* Por redação da Coalizão Não Fracking Brasil.


Fonte: ENVOLVERDE

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