sábado, 12 de novembro de 2016

Estudo mostra propostas para agricultura sustentável na Amazônia Legal.
Lançamento do relatório será feito em evento que marca 10 anos do GVAgro.

O Centro de Estudos em Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (GVAgro) lança, no dia 18 de novembro, em São Paulo, o estudo “Amazônia Legal: propostas para uma exploração agrícola sustentável”, coordenado pelo pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária e Observatório ABC, Eduardo Assad. O lançamento será feito durante evento que marca os 10 anos do GVAgro.
Mapa da Amazônia Legal

Para responder à pergunta central “Como aproveitar de uma maneira sustentável as áreas desmatadas com corte raso da Amazônia Legal, a partir de sistemas agroambientais?”, o relatório faz uma abordagem dos principais pilares da sustentabilidade para a exploração agropecuária na Amazônia Legal, analisando aspectos agroambientais, sociais, políticos e econômicos, histórico do desmatamento, valores de custo de produção e rentabilidade de pastagens.

Os dados levantados no estudo foram agregados em um sistema online, dinâmico, espacial e interativo de consulta de informações que será lançado no evento dos 10 anos do GVAgro. Esse sistema traz uma caracterização dos 772 municípios da Amazônia Legal considerando, sobretudo, o histórico do desmatamento em função do corte raso, além de aspectos edafoclimáticos, produção agropecuária, vulnerabilidade social e mapeamento do zoneamento ecológico econômico da região.

O estudo identificou 29 sistemas produtivos, nas seguintes modalidades na Amazônia Legal: pastos bem manejados, integração lavoura-pecuária (ILP), integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e sistemas agroflorestais. Os resultados indicam também que existem diversos arranjos para os sistemas produtivos integrados mapeados na Amazônia Legal, desde a simples consorciação entre gramíneas e leguminosas forrageiras para diminuir o uso de adubos nitrogenados até sistemas de produção mais complexos, integrados com espécies arbóreas nativas da região.

Outro destaque foi a redução do desmatamento na Amazônia Legal, estabilizando entre 450 mil e 600 mil hectares anuais nos últimos anos. Além disso, o desmatamento anual residual pode estar relacionado, predominantemente, à manutenção de sistemas tradicionais de agricultura, por grupos de populações indígenas, comunidades extrativistas e ribeirinhas e produtores familiares em áreas de assentamentos e regularização fundiária mais recente.

O relatório conclui que o aproveitamento das áreas desmatadas na Amazônia Legal a partir de sistemas agroambientais passa pela utilização de sistemas produtivos mais eficientes, pela redução da vulnerabilidade social, pela identificação econômica das condições sob as quais os sistemas de integração são viáveis e por melhores políticas públicas.

Desta forma, fica evidente a relevância do tema estudado para o aumento da produtividade agrícola evitando o desmatamento. A adoção ou a ampliação de tecnologias para um desenvolvimento sustentável com gestão positiva do ambiente gera benefícios para o agricultor e as florestas. Os passos futuros estão relacionados ao mapeamento das forrageiras mais indicadas para o bioma, à identificação dos melhores sistemas de produção por município, ao aperfeiçoamento dos estudos de aptidão agrícola e do zoneamento de risco climático – principalmente de forrageiras para cada município – e, especialmente, à busca do estabelecimento de uma base sólida de variáveis econômicas que possam auxiliar na escolha dos sistemas mais indicados para cada município, com intensificação tecnológica associada a rentabilidade econômica.

A Amazônia Legal possui extensão de mais de 500 milhões de hectares e população superior a 25 milhões de pessoas. A região detém parte considerável dos recursos naturais globais, com papel vital na provisão de produtos e serviços ambientais no ciclo do carbono e na regulação do clima global. Sua biodiversidade compreende cerca de 60 mil espécies de plantas (mais de 2.500 espécies arbóreas), mais de 2.000 espécies de peixes, 300 espécies de mamíferos e mais de 2,5 milhões de espécies de artrópodes. A biomassa florestal da região detém um estoque de 83 a 116 bilhões de toneladas de carbono. Com mais de mil rios tributários, a Amazônia possui uma importância estratégica por seus imensos potenciais de recursos minerais, hidrelétrico e para o manejo de recursos pesqueiros e aquicultura.

A preocupação mundial com o desmatamento da floresta Amazônica é motivada não só pela perda irreversível da riqueza natural, mas também pela percepção de que é um processo destrutivo no qual os ganhos sociais e econômicos são menores do que as perdas ambientais.

MAIS INFORMAÇÕES: Núcleo de Conteúdos Ambientais (NUCA), com Maura Campanili (maura.campanili@nucabrasil.com.br, 11-9990-6895) e Talise Rocha (talise.rocha@nucabrasil.com.br, 11-98726-2584).

SERVIÇO:
10 Anos do GVAgro – Lançamento de estudo sobre Agricultura Sustentável na Amazônia
Data: 18/11/2016
Horário: 09h30 às 12h30
Local: Salão Nobre
Rua Itapeva, 432, 4º andar – Bela Vista, São Paulo/SP


PROGRAMAÇÃO:

09h30 – Abertura
Arnaldo Jardim – Secretário de Agricultura de São Paulo

10h – Palestra
Alysson Paulinelli – Ex-Ministro da Agricultura
A importância da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono para o Brasil”

10h30 – Palestra
Eduardo Assad – Pesquisador da Embrapa
Propostas para uma Agricultura Sustentável na Amazônia”

11h30 – Encerramento
Roberto Rodrigues – Coordenador do GVAgro

Fontes: ENVOLVERDE

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