terça-feira, 29 de agosto de 2017

Entenda porque a liberação da reserva amazônica não é boa para o ambiente nem para a economia.
Por Thiago Picolo e Vinícius Lima Santos, especial para a Envolverde – 

Listamos cinco motivos para ilustrar o que essa liberação pode causar ao Brasil
  • Direitos dos povos indígenas
De acordo com Maria Fernanda Ribeiro, em artigo publicado na página do Estadão, a liberação da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), localizada entre os estados do Amapá e Pará, representará retrocessos aos direitos dos povos indígenas que habitam por lá. Diversas irregularidades foram encontradas na Terra Indígena Kayapó, como o garimpo ilegal de ouro, que degrada o solo e o deixa praticamente irrecuperável. Além disso, garimpeiros foram encontrados acampados no território enquanto faziam realizavam as atividades.
  • Florestas protegidas
Segundo matéria publicada no site DW, a abertura da reserva causa muita preocupação aos ambientalistas, pois a região engloba, além de reservas indígenas, florestas protegidas. O decreto que Temer assinou, porém, aponta que a medida não irá desconsiderar nenhuma norma de preservação ambiental, mesmo não tendo dado detalhes de como será a entrada dos mineradores na região.
  • Impactos causados pela mineração
Enquanto entidades ambientais protestam veementemente a liberação da reserva amazônica, o setor de mineração comemora. Porém, não estão levando em consideração todos os impactos que a mineração pode causar. Maria Fernanda Ribeiro aponta que tais impactos são “uma tragédia anunciada” por conta do uso desmedido de mercúrio, por exemplo, o que pode causar rastros ambientais gravíssimos.
  • O governo se interessa mais pelo enriquecimento do que pela preservação da biodiversidade brasileira
Maria Fernanda Ribeiro diz que “o Brasil, que é reconhecido mundialmente como o mais rico em biodiversidade está prestes a entrar para os anais como a nação que se autodestruiu em troca de interesses privados de enriquecimento a custo de grilagem de terras públicas”.

5)    Benefícios econômicos apenas em curto prazo.

Por fim, áreas protegidas pela reserva estão prestes a serem acessadas por atividades como o garimpo e a grilagem, que, apesar de trazer lucros consideráveis a curto prazo, são empreendimentos fadados a acabar em cerca de alguns anos, deixando para trás somente uma terra irreversivelmente devastada, alguns poucos homens mais ricos e opatrimônio natural do planeta ainda menor.

Matérias de apoio:

Deutsche Welle – “Governo libera reserva na Amazônia para exploração”


Estadão -“Temer rifa a Amazônia em nome de um progresso insustentável”



Fonte: ENVOLVERDE
O poder dos estados insulares do Pacífico.
por Caroline Ligório, especial para a Envolverde – 

Nações que podem desaparecer ganham destaque na COP 23

 As atenções estarão voltadas para os pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS) nos dias 6 a 17 de novembro em Bonn na Alemanha. A 23ª Conferência das Partes organizada pela Secretaria das Nações Unidas para Mudanças Climáticas com o apoio da Alemanha será presidida pelo primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama.

Frank Bainimarama será responsável por demonstrar ao mundo a urgência de se impedir o avanço do aquecimento global, o aumento das temperaturas e as consequências naturais que colocam em risco a sobrevivência das populações e a existência desses Estados. O degelo das geleiras e o aumento do nível do mar, estimado em 28cm a 89cm, causará num futuro próximo (até 2100) o desaparecimento do país que está apenas 5 metros a cima do nível do mar.
A crescente intensidade dos ciclones, inundações, secas e o aumento do nível do mar provocam catástrofes e perdas irreparáveis.  As nações vulneráveis não possuem capacidade e recursos para atender suficiente e adequadamente a soma dos desafios. Os Estados com menor contribuição para as mudanças climáticas são aqueles que há anos pagam essa conta.

Os eventos climáticos extremos ameaçam e prejudicam a terra, a agricultura, os alimentos, a água potável e a economia, de países como: Ilhas Cook, Fiji, Kiribati, Ilhas Marshall, Estados Federados da Micronésia, Nauru, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Samoa, Ilhas Salomão, Timor-Leste, Tokelau, Tonga, Tuvalu e Vanuatu.

O primeiro-ministro de Fiji será o porta voz dessa luta representando as demais regiões insulares, que podem desaparecer do mapa em poucos anos e todos os 7,5 bilhões de seres humanos. Logo, a implementação do Acordo de Mudança Climática de Paris é uma questão de sobrevivência.

As Ilhas Fiji no Pacífico foi o primeiro país a ratificar o Acordo de Paris. Em 2014, uma comunidade de 30 famílias foi realocada com o avanço do nível do mar. Ao mesmo tempo em que é afetada, Fiji também recebe refugiados climáticos vindos de outras localidades, como Kiribati. Em 2016, a passagem do ciclone Winston com ventos de 230 km/h e rajadas de 325km/h deixou 5 mortos, muita destruição nas cidades e a população sem acesso à água potável.

94% das famílias de Kiribati foram impactadas por riscos naturais nos últimos 10 anos, sendo que 81% foram afetados pelo aumento do nível do mar, que sobe em média 1,2 centímetros por ano – 4 vezes mais rápido do que a média mundial.

Em 2015, Tuvalu sofreu com a passagem do ciclone Pam uma tempestade de categoria 5 que matou pelo menos 15 pessoas e deixou US$ 360 milhões em prejuízos. Perdas com as plantações e alimentos também tem prejudicado o estilo de vida da população e tornado ainda mais inviável a sobrevivência no país que há anos corre contra o tempo para impedir o decreto de seu fim.

O aumento do nível do mar (76% dos inquiridos), a invasão de água salgada (74%), a seca (72%) e as inundações (71%) são os fatores ambientais mais prováveis ​​ de desencadearem a migração futura.

Enquanto 97% dos domicílios pesquisados ​​em Tuvalu relataram terem sido afetados por riscos naturais entre 2005 e 2015, apenas 53% das pessoas perceberam que poderiam pagar a migração no futuro.

O esforço em lutar pela causa teve início em 1997 na conferência que resultou no Protocolo de Kyoto. O primeiro-ministro Koloa Talakae na ocasião pediu aos países ações imediatas quanto ao aquecimento global. Em 2003, Saufatu Sopoanga na Assembleia Geral da ONU destacou o medo do país diante dos impactos adversos da mudança climática. Em 2009, Ian Fry reforçou o apelo na COP 15 ao implorar aos 192 países participantes um acordo legal que fosse mais restritivo do que o Protocolo de Kyoto.

Os estados insulares em desenvolvimento deixam, portanto, de estar presentes apenas nos roteiro turísticos e passam a ter voz no debate e ser um dos principais assuntos na COP 23.


Fonte: ENVOLVERDE
Brasil na COP 23, da Alemanha.
por Thomas Augusto, especial para a Envolverde 

O que esperar das resoluções ambientais do país na conferência ambiental da ONU

Depois de uma COP 21 de muita esperança, uma COP 22 de muita cautela, a próxima deve prometer ânimos acalorados dos chefes de estado, afinal, essa será a primeira Conferência de Trump. A edição desse ano acontecerá em Bonn, na Alemanha, e será presidida por Fiji, que terá a difícil missão de promover o andamento e cumprimento do Acordo de Paris, enquanto mostra ao mundo os desastres ambientais já causados pelo aquecimento global – isso, sem contar que terá que manter na rédea os EUA. Não será fácil. Mas, nesse barulho todo, onde se encontra o Brasil?

Segundo o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, “Seis ou sete anos atrás, o Brasil chegava às COPs, um dos diplomatas fazia o anúncio da taxa de desmatamento e isso era seguido de uma salva de palmas porque significava que o Brasil estava enfrentando o desafio de reduzir o desmatamento e, com isso, diminuindo muito suas emissões”. Mas a situação já não é mais a mesma.

Ano passado, o Brasil apresentou à COP um cenário oposto. Um aumento de 24% do desflorestamento na Amazônia em 2015 e a alta da violência no campo. Porém, engana-se quem achava que esse seria o fundo do poço. As previsões para 2016 apontam uma alta de quase 30% no desmatamento amazônico. Ou seja, a pior taxa desde 2008.

“Agora não existe mais ambiente para aplausos. Pelo contrário, o presidente Michel Temer ter criado um ambiente onde as questões socioambientais são moeda de troca para conseguir votos no Congresso é constrangedor por si só”, complementa Rittl.

Prova disso, são os recentes projetos no Congresso que visam minar o meio-ambiente brasileiro. O texto que muda o licenciamento ambiental no país já possui seis problemas identificados pelo Ibama. 

Um decreto de lei em trâmite prevê que crimes ambientais poderão ser pagos em serviços. Outro projeto de lei visa alterar os limites da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, reduzindo o nível de proteção ambiental da área. E a lista continua…

O único possível ponto positivo na COP 23, o RenovaBio, nova política para biocombustíveis, ainda peca ao não estabelecer metas mais claras. Talvez seja tempo de repensar onde perdemos o rumo. Talvez devemos entender que interesse político e meio-ambiente juntos são muito perigosos.


Fonte: ENVOLVERDE
Escassez de água afeta o crescimento da economia.
Alterações climáticas terão impacto, em primeiro lugar, no ciclo da água, com consequências na alimentação, energia, sistemas urbanos e ambientais.

Caso nada seja feito para melhorar as políticas de gestão da água, algumas regiões do mundo poderão ver as suas taxas de crescimento cair até 6% do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas as riquezas produzidas por um país – até 2050.

Esse alerta está em um relatório do Banco Mundial, intitulado High and Dry: Climate Change, Water and the Economy. Nele, o banco escreve que as alterações climáticas terão impacto, em primeiro lugar, no ciclo da água, com consequências na alimentação, energia, sistemas urbanos e ambientais.

O crescimento das populações, com maiores rendimentos e em cidades cada vez maiores, irá resultar num aumento exponencial das necessidades de água, mas a água disponível será mais errática e incerta, antecipa o relatório.

A redução da água doce disponível e a competição por parte de setores como a energia ou a agricultura poderão deixar as cidades em 2050 com até menos dois terços da água que tinham em 2015.

Segundo o Banco Mundial, se as políticas de gestão da água se mantiverem como estão e se os modelos climáticos se confirmarem, a escassez de água irá se estender a regiões onde atualmente não existe, como a África central e a Ásia oriental – e piorar gravemente onde já é uma realidade, como o Oriente Médio e o Sahel, na África.

Crescimento ameaçado

Estas regiões, prevê o relatório agora divulgado, poderão ver as suas taxas de crescimento econômico cairem em até 6% do Produto Interno Bruto até 2050, devido aos efeitos da escassez de água na agricultura, na saúde e nos rendimentos.

A boa notícia, revela o Banco Mundial, é que embora as más políticas possam exacerbar o impacto econômico negativo das alterações climáticas, as boas políticas podem ajudar a neutralizá-lo.

Algumas regiões poderão ver as suas taxas de crescimento aumentar até 6% com melhores práticas de gestão dos recursos aquáticos. Os autores do relatório recordam que os impactos da má gestão da água são particularmente sentidos pelos mais pobres, que têm maior probabilidade de depender da agricultura alimentada pela chuva e de viver em zonas mais suscetíveis a inundações, estando também mais vulneráveis ao risco de águas contaminadas e saneamento desadequado.

As mudanças na disponibilidade da água podem também induzir as migrações e incendiar conflitos civis, devido ao impacto que têm nos preços dos alimentos e no crescimento econômico, diz o estudo.

“É por isso que a gestão da água será crucial para o mundo alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as aspirações a uma redução da pobreza e a uma maior prosperidade partilhada”, ressalta o relatório.

“A água é a moeda comum que liga quase todos os ODS”, acrescenta o documento, numa referência aos objetivos definidos em 2015 pela comunidade internacional.

Otimizar a utilização da água através de melhor planejamento e incentivos, expandir a quantidade e disponibilidade de água, sempre que possível e reduzir o impacto dos extremos, da variabilidade e incerteza são as propostas do Banco Mundial para melhor gerir a água no futuro.


Museu do Amanhã: “O amanhã da Amazônia é hoje!”
O Santander e a The Nature Conservancy realizam, em parceria, o evento O Amanhã na Amazônia é Hoje, no dia 5 de setembro, Dia da Amazônia, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O evento foi pensado para promover uma discussão sobre as formas de desenvolvimento econômico na região, conservando a maior reserva de recursos naturais do planeta.

O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, e o head da TNC na América Latina, Joe Keenan, receberão convidados como o pensador Juan Carlos Castilla-Rubio, membro do Conselho Global de Recursos Naturais do Fórum Econômico Mundial; o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues; e a presidente do Ibama, Sueli Araújo, para discutir temas como a avaliação dos custos social e ambiental dos projetos de infraestrutura, logística e agronegócio realizados na região e a responsabilidade de quem financia essas obras.

Na ocasião, a TNC apresentará um estudo inédito sobre a bacia do Rio Tapajós, nova fronteira de desenvolvimento da Amazônia, que propõe um avanço controlado do desenvolvimento econômico. A proposta é planejar o território, promovendo a manutenção ou a conservação de áreas com importância única pelas suas riquezas de biodiversidade, culturais ou, ainda, fluxos hídricos, ao mesmo tempo em que permite o desenvolvimento de outras áreas aptas para a produção ou logística e infraestrutura, com eficiência e sustentabilidade.

Ainda na parte da tarde, um debate moderado por Izabella Teixeira, ex. ministra do meio ambiente, trará representantes de diferentes setores que estão diretamente ligados à região amazônica, como o de energia, o agronegócio, investidores, além de um representante das populações indígenas, para discutir como promover, agora, o desenvolvimento sustentável.

Data: 05 de setembro de 2017 das 9h às 17h
Local: Museu do Amanhã – Praça Mauá, 1 – Centro, Rio de Janeiro/RJ

Confirmação de presença: envie e-mail para marina.marques@tnc.org ou ligue para 11 3514-5510 informando seu nome, e-mail e telefone.

PROGRAMAÇÃO

09:00 Café da manhã e boas vindas
 09:30 Abertura
           Sergio Rial, presidente, Santander
09:50 O desafio da proteção com desenvolvimento na Amazônia
           Suely Araújo, presidente, IBAMA
 10:20 O amanhã da Amazônia na quarta revolução industrial
           Juan Carlos Castilla-Rubio, fundador, Space Time Ventures
 10:50 Intervalo
 11:10 Amazônia hoje, abraçando o desenvolvimento de forma sustentável
           Roberto Rodrigues, coordenador, GV Agro
 11:40 Perguntas e respostas
           Mediação de Antonio Werneck, diretor executivo, TNC
 12:15 Almoço e networking
 13:30 Instrumentos para o desenvolvimento da Amazônia: Blueprint do Tapajós
Pedro Bara, gerente de Infraestrutura Inteligente, TNC Brasil
 14:15 Amazônia agora: promovendo o desenvolvimento sustentável
Moderação de Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente
Participantes:
  • Alexandre De Marco, produtor rural, Grupo BDM
  • Arnaldo Eijsink, produtor rural, Grupo JD
  • Eduardo Bastos, diretor executivo, Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau
  • Gil Maranhão Neto, diretor, ENGIE Energia
  • Hector Gomez, country manager Brasil, IFC
  • Kleber Karipuna, liderança indígena de base, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
16:00 Encerramento e coquetel


Fonte: ENVOLVERDE

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Empresas tem mais consciência em sustentabilidade, mas faltam decisões.
Pesquisa mostra que empresários estão preocupados em investir em sustentabilidade. Tema é discutido em Curitiba na próxima semana.

Pesquisa realizada ao longo dos últimos cinco anos durante a realização do Fórum Sustentabilidade e Governança mostra que a maioria dos executivos e gestores tem elevada consciência do impacto das questões ambientais nos seus negócios, porém “falta cultura empresarial” para uma adesão maior a práticas responsáveis.

“De forma geral, os gestores sabem da importância do tema sustentabilidade e governança, têm consciência dos riscos envolvidos e das medidas necessárias para a sua implementação, sabem também que não podem esperar eficiência das ações governamentais, porém a mudança dessa cultura é muito mais difícil”, afirma Miguel Milano, engenheiro florestal e um dos organizadores do Fórum. 

Além desse aspecto, 65% dos pesquisados, em sua maioria coordenadores, gerentes e diretores, reconheceram que bens e produtos com origem produtiva comprovadamente legal, eficiente e sustentável merecem uma precificação (prêmio) diferenciada. Outros 35% defendem que as práticas sustentáveis não deveriam influenciar no preço, pois a “produção eficiente e legal é uma obrigação empresarial”.

Pesquisa mundial realizada pela ISEAL Alliance confirma esse diferencial, ao constatar que os resultados de longo prazo identificados em 53% dos casos foram o aumento do lucro, a diminuição de custos (30%) e a melhoria reputacional (60%)”. A razão para as práticas não serem adotadas mesmo em empresas “já convertidas”, já que existe consciência das vantagens, pode ter sido traduzido pelo resultado da pesquisa realizada, pois 45% dos entrevistados apontam para a “falta de conhecimento e cultura no assunto, falta de clareza no assunto e a falta de coordenação em cadeia”.

A pesquisa do Fórum mostra ainda que: apenas 37% dos entrevistados têm conhecimento de iniciativas na área ambiental em âmbito federal. O desconhecimento reflete a descrença na efetividade dos mecanismos de incentivo existentes. Na média dos cinco anos de pesquisa, mais da metade (52%) dos entrevistados respondeu que consideram ineficientes as ações governamentais das quais têm conhecimento.

A vulnerabilidade às mudanças climáticas também entrou na agenda de preocupações dos gestores. Em conjunto com a escassez e poluição da água, esses fatores somam dois terços das respostas do ano passado ao questionamento sobre quais limitações ecossistêmicas poderiam afetar o crescimento da empresa ao longo de dez anos.

O índice de preocupação com os eventos climáticos (20%) foi o mais expressivo de todos os anos estudados, o que mostra uma consonância da consciência dos empresários com o que está sendo discutido globalmente.

Sobre o Fórum

Sob o tema “O caminho natural do desenvolvimento”, o Fórum Sustentabilidade & Governança realiza sua sexta edição em Curitiba, nos dias 22 e 23 de agosto e oferece espaço para que iniciativas inovadoras que envolvam sustentabilidade e negócios sejam discutidas e compartilhadas com os principais atores envolvidos no tema.

Entre os palestrantes estão: David Brand, CEO da companhia australiana New Forests,  que conta com mais de 30 anos de experiência com investimentos na área florestal e de políticas públicas; e Manoel Sobral Filho, Diretor Executivo do Fórum de Florestas da ONU, que vai falar sobre as metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas pela Organização.

As inscrições e programação completa no endereço:


Fonte: ENVOLVERDE
O controverso uso de esgoto na irrigação.
Em todo o mundo, uma área cultivada totalizando de 29,3 milhões de hectares (o tamanho aproximado da Alemanha) é irrigada com água saída diretamente de esgotos, revelou um estudo publicado na revista Environmental Research Letters.

Isso significa um risco à saúde considerável para quem come os vegetais originários desses locais.

Segundo os modelos projetados pelos pesquisadores, cerca de 885 milhões de moradores de áreas urbanas ficam assim expostos a patógenos, como parasitas e bactérias.

A irrigação com águas residuais não tratadas é problemática sobretudo em torno de cidades grandes sem tratamento adequado de esgotos, em especial na China, Índia, Paquistão, México e Irã.

“Na maior parte dos casos, talvez os agricultores nem saibam”, comenta à DW Pay Drechsel, diretor de projetos do Instituto Internacional de Gestão de Água (IWMI, na sigla em inglês), no Sri Lanka, e coautor do estudo. Outros, por outro lado, usam propositalmente água de esgoto para irrigar suas plantações.

“Ela tem um monte de nutrientes. Sabemos de casos em que os plantadores lutam pelo uso da água residual, mesmo dispondo de água fresca. É uma forma de não terem que pagar pelos fertilizantes”


Falta de alternativa

Por vezes, em regiões mais secas, os esgotos são a única fonte de irrigação. Por exemplo em Gana, onde Drechsel viveu e trabalhou por 11 anos.

No país, todos os fazendeiros urbanos usam água poluída em suas safras, pois “não há alternativa”.

Na maioria dos casos, contudo, o agricultor acredita estar usando água fresca e limpa.

Em nível global, menos de 10% das águas residuais coletadas são tratadas. Junto com as chuvas, elas acabam nos rios, diluídas com o que antes era água potável, e entram na cadeia alimentar.

No entanto, essa água “ainda carrega todos os patógenos”, afirma Drechsel, “muito além do que seja admissível para se beber ou para irrigação”.

Ao lado de ovos de parasitas e até bactérias da cólera, ela muito frequentemente é causa de diarreia, que para crianças menores de cinco anos pode ser fatal.

Danos ao meio ambiente

Além dos riscos para a saúde humana, a prática traz também riscos ambientais, pois, ao escoar para os lagos e rios, os esgotos podem causar danos à fauna silvestre.

Em 2013, pesquisadores de Gana e Uganda examinaram as águas residuais domésticas de Old Fadama, a maior favela urbana ganense, constatando “potenciais implicações ambientais deletérias”.

Na estação seca, elas formavam uma massa malcheirosa extremamente pobre de oxigênio, matando peixes e outras formas de vida aquática.

Na Inglaterra, em setembro de 2016, mais de 15 mil peixes morreram quando o rio Trent, na área de North Staffordshire, foi poluído por esgotos.

Água residual também costuma conter grande quantidade de fosfatos e outras substâncias que promovem o crescimento de algas, consumindo ainda mais oxigênio e criando “zonas mortas”, onde outras formas de vida aquática não subsistem.

Segundo a ONG ambientalista WWF, foram identificadas mais de 400 áreas no mundo onde ocorre essa privação de oxigênio.

Microrrobôs são usados para eliminar bactérias na água


Única fonte de água que aumenta com a população

Cerca de 1 milhão de habitantes das regiões urbanas de Gana consomem diariamente legumes e verduras regados com água poluída, explica Pay Drechsel, do IWMI.

Cultivados pela maioria dos plantadores em volta das cidades, eles são as safras comerciais preferidas, “especialmente as folhas exóticas”. Mas, ao contrário de outros alimentos tradicionais, como os grãos, elas exigem irrigação regular.

Ferver ou lavar cuidadosamente os vegetais antes de consumi-los removeria grande parte dos agentes patogênicos, mas “a consciência de risco é muito, muito baixa”, lamenta Drechsel.

“Não podemos simplesmente lhes dizer para lavarem os vegetais, pois eles não saberiam por quê.” 

Ele propõe a realização de campanhas de conscientização, a fim de aumentar a pressão por parte dos consumidores.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que mais de 10% da população mundial consuma alimentos produzidos com águas residuais, percentagem que tende a crescer nos próximos anos.

“Os esgotos são a única fonte hídrica que realmente aumenta de quantidade, à medida que a população e o consumo de água crescem”, diz Drechsel.


Segundo a ONU, o volume anual de águas residuais produzidas é aproximadamente “seis vezes maior do que a contida em todos os rios do mundo”.

Nem tão mau assim?

Em contrapartida, para Chris Scott, professor de geografia e desenvolvimento da Universidade do Arizona, a prática de usar águas residuais para a irrigação, em si, não é uma coisa negativa.

“Ela representa uma oportunidade de subsistência para muitos milhões de pequenos agricultores, contribui para a segurança alimentar global e recicla nutrientes agrícolas que, de outro modo, poluiriam vias aquáticas naturais.”

Sem ela, “os países emergentes, em especial, não teriam como alcançar as Metas de Desenvolvimento Sustentável globalmente aceitas”.

O que se faz urgentemente necessário é gerenciar a prática de irrigação com água residual. Scott sugere a adoção de estações de tratamento nas fazendas, roupas de proteção para os agricultores, melhor higiene nos mercados e lavagem eficaz dos vegetais nas cozinhas.

O esgoto também pode ser industrialmente convertido em fertilizante.

Uma fábrica para esse fim está sendo construída em Accra, Gana, diz Drechsel. Com base em suas experiências no país, contudo, ele duvida que o tratamento avançado dos esgotos “vá acontecer tão cedo”.

Para ele, o passo mais importante é evitar comer vegetais crus e sem lavar.


Fonte: DW.
ContAí | Cidades | Ativismo 4.0 – O mundo andou para trás?
Nos últimos anos o ativismo social e político tem passado por grandes transformações. Elementos novos foram introduzidos, como as mídias sociais e o retorno das manifestações de rua. A organizações, antes acostumadas a um certo comodismo de foco, ou seja, centradas apenas em suas atividades principais, tiveram de se reinventar para garantir espaços para suas pautas. Esse diálogo será mediado pelo jornalista Dal Marcondes, da Envolverde.

Dia 24 de agosto, quinta-feira, das 14 às 15 horas na Unibes Cultural.
Participantes

Flavia Martinelli é bióloga, coordenadora do Engajamundo, capixaba, apaixonada por ciência, natureza e por soluções criativas que ajudem a preservá-la (inclusive em meio urbano). Buscando constantemente dar significado à existência e ao trabalho.

Márcio Black é cientista político, produtor cultural, integrante do Coletivo Sistema Negro, grupo ativista que mescla cultura e ação sobre questões anti-racistas em São Paulo e mobilizador da Minha Sampa.

William Cruz é ativista, pedala nas ruas da cidade de São Paulo desde o ano 2000, utilizando a bicicleta em quase todos seus deslocamentos. Com o trabalho no Vá de Bike e o ativismo em diversas frente, vem ganhando relevância no cenário do cicloativismo nacional ao longo da última década.

Mediador

Dal Marcondes é jornalista, 54 anos, graduado pela Escola de Comunicação e Artes e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da USP. Especializado em Jornalismo Econômico, conta com passagens pelas redações das revistas IstoÉ, Exame, Dirigente Industrial, pelas agências France Presse, Dinheiro Vivo, Agência Estado e pelos jornais DCI, Gazeta Mercantil e O Estado de S. Paulo.

Virada Sustentável São Paulo

ContAí é uma roda de conversa com especialistas e ativistas de diferentes áreas. Em formato descontraído e aberto à participação do público, promove reflexões sobre os temas que dizem respeito ao nosso futuro comum.


Fonte: ENVOLVERDE
Violência no Paraíso: reduto do turismo no Pará vira cenário de terror!
por Patrícia Kalil, de Alter do Chão (PA) especial para a Envolverde – 

Na caça a bandidos, polícia armada interpela mulher por beber cerveja e prende pai de família em conversa que dura menos de 30 segundos.

ALTER DO CHÃO, 18 de agosto de 2017, sexta-feira, começo da noite. Viaturas e viaturas de uma operação especial com a Polícia Militar, a Força Tática, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária desembarcam na pacata vila amazônica de surpresa. Montam uma blitz na entrada do balneário, enquanto outros policiais armados vão à Praça 7 de Setembro, o principal ponto de encontro da vila. Ao avistarem uma mulher tomando uma latinha de cerveja, aproximam-se e começam a intimidá-la por consumir bebida alcóolica na frente de crianças. Ela é funcionária da FUNAI e tenta dialogar. Pressionada, Tábata senta com dois de seus filhos cercada por policiais armados e fica à espera de seu companheiro que está no mercado.

Quando o professor universitário Pedro chega com o terceiro filho do casal no colo, a família já está desesperada. As crianças choram. O pai coloca o filho no banco. Um morador filma a confusão (aqui e aqui).

Sem psicologia ou tato, os oficiais cercam o pai moreno e alto, não pedem nem seus documentos ou sequer explicam o motivo de tanta agressividade na abordagem. Pedro, já exaltado, pede que não encostem nele, defendo-se. Em menos de 30 segundos, a polícia avalia o comportamento do pai como afrontador e declara crime de desacato. Sem qualquer chance de diálogo ou mesmo escuta, o antropólogo recebe voz de prisão. A partir daí, nos próximos minutos, o que assistimos é a uma cena constrangedora. Pedro é violentamente empurrado, tem sua camiseta rasgada, é arrastado em praça pública na frente dos filhos, recebe um golpe mata leão até ser algemado e levado para a delegacia. Gritaria e pânico. A polícia, que poderia ter sido amiga e cuidadosa, assusta quem deve proteger. O fim de semana foi inteiro assim, com fechamento de lanchonetes, bares e restaurantes antes da hora. Até mesmo músicos do carimbó foram parados em abordagem intimidadora.

Vamos conversar sobre o que está acontecendo? Investigar o crescimento de assaltos à mão armada na vila conhecida por ter a praia de água doce mais bonita do Brasil é diferente de tratar moradores com arbitrariedade policial. Somos todos cidadãos. A polícia em uma comunidade pequena pode conhecer os moradores e ser aprazível com turistas para defendê-los. De forma pacífica e amistosa, a presença de policiais nunca deveria causar medo, mas conforto. É inaceitável levarmos isso com normalidade. Com esse tratamento, os únicos que não serão presos são os assaltantes, que de maneira mais óbvia, sabem exatamente onde não agir: na praça. Leia abaixo entrevista com Tábata:
Tábata Morelo Vianna e Pedro Leal, funcionária do Ibama e professor universitário – Foto: Palestina Israel.


Dentro do contexto social da vila e levando em conta os elementos de convivência daqui, vocês estavam fazendo algo suspeito ou ilegal, apresentando qualquer ameaça?

Tábata Morelo Vianna— Nós estávamos fazendo o que várias famílias fazem em Alter do Chão. Levamos nossos filhos para andar de bicicleta, jogar bola, brincar com outras crianças e enquanto isso tomávamos cerveja e conversávamos com outros pais e amigos que estavam na praça. Chegamos na praça depois do pôr do sol e o incidente ocorreu por volta de 20h30.

Como você foi abordada pela polícia? Segundo nota oficial da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), você estava alcoolizada e foi ameaçadora.

Tábata —  Ainda não estou em condições emocionais de relatar todo o acontecido, mas adianto que foram muitos policiais em minha direção e quando eles começaram me acusar, um dos meus filhos saiu de perto e o perdi de vista. Fiquei desesperada por não vê-lo e os policiais ficaram na minha frente, impedindo minha visão e repetindo que eu estava bêbada e por isso perdi meu filho. No entanto esse era o filho que eles acusaram de estar perto da bebida (no banco onde estávamos). Peguei o menor no colo e fui procurar o outro com medo de que ele fosse pra rua. Retornei ao banco da praça com os dois no colo. Eram vários policiais armados me cercando e repetindo acusações. Não havia ninguém do conselho tutelar.

“Registra-se o direito do cidadão aos momentos de convivência com a família, prática comum no lugar que é marcado por atividades turísticas e por laços solidários entre os moradores. Ressalta-se a necessidade de respeito aos direitos humanos, principalmente em situações que envolvam mulheres e crianças. É necessário que as instituições de segurança incorporem em suas práticas o diálogo, buscando resolver os conflitos com entendimento, sem descontrole” — Trecho de nota pública da Reitoria da UFOPA

Vamos falar sobre o momento em que Pedro chega. Em menos de um minuto, antes mesmo de se inteirar da situação de crise, a conduta policial é tão autoritária, com armas diante dos filhos, encurralando o professor no canto da praça, que é natural esperar que qualquer ser humano tenha uma resposta mais emocional. Sem grande motivo, decretam voz de prisão a um pai que está chegando do supermercado e vendo sua família cercada por homens armados que não sabem dialogar. Como foi na delegacia? Como o delegado viu o caso? O que está acontecendo agora?

Tábata — O Pedro deu depoimento algemado (com os braços para trás), sem camisa, sem chinelo. Eu estava do lado de fora do vidro, também descalça, com as 3 crianças sozinha. Não deixaram nenhum amigo entrar na delegacia para me ajudar com as crianças. Elas viram o pai algemado. Enquanto o Pedro estava prestando depoimento vários policiais ficaram em volta de mim e das crianças, o conselheiro tutelar fez perguntas pra mim ali no corredor. Várias pessoas do juizado de menores estavam ali presentes conversando apenas com os policiais. Não sei como o delegado está vendo o caso, não temos essa informação. Agora estamos tentando nos organizar para tomar as medidas cabíveis.

“É um ato contra os direitos do cidadão a coação pela violência policial de forma arbitrária e excessiva, e que não deveria condizer com a prática de uma instituição que deve defender os direitos das famílias de estarem em local público, e dever do Estado de prestar segurança social a todos os cidadãos, bem como esclarecer os motivos de atuação junto a população, evitando os conflitos e métodos que há muito devem ser expurgados das instituições policiais”. — Trecho de nota pública do Sindicato dos Professores da Universidade Federal.

Como estão as crianças?

Tábata — As crianças estão muito mal, estão agressivas e com medo de sair de casa. Meus filhos falam que não querem nunca mais ir à praça ou na praia. Eles ficam com medo se eu ou meu companheiro saímos de casa (para comprar pão, por exemplo). Perguntam se a polícia vai estar na padaria e se o pai vai ser preso. Estamos muito abalados, a família como um todo.

“Não há dispositivo no ECA que proíba pai ou mãe de beber, a lei fala que o infante não pode beber, mas pais podem se divertir com seus filhos e esse é um direito da família que está no estatuto e na Constituição Federal. O fato é que ninguém pode proibir um pai e mãe de beber e dizer que o filho está exposto a risco em praça pública. Qual era a exposição ao perigo? — agente voluntário de Proteção da Criança e do Adolescente pela 5° vara do fórum de Santarém.

Como é a sensação de ser tratado como foram?

Tábata — Nem os ditos “bandidos” devem ser tratados da forma como fomos tratados. Não existia nenhuma denúncia contra nós, não foram pedidos nossos documentos, estavamos sendo conduzidos arbitrariamente, sem intimação, sem nada, na frente dos nossos filhos, por justamente estarmos perto deles. Nossos filhos presenciaram uma violência que nunca haviam visto (nem pela televisão, pois não possuímos televisão). A sensação é péssima, estamos muito mal, preocupados com as crianças, estamos com medo. Não desejamos essa sensação para ser humano nenhum.

Vocês estão recebendo algum apoio?

Tábata —  Estamos recebendo apoio de muita gente e instituições, muitos amigos queridos e pessoas anônimas. Esse apoio nos dá força para não desabarmos. Agradecemos imensamente a cada um.
Manifestação dura dois dias em Alter do Chão, fecha estrada e tem como resultado a presença do prefeito Nélio Aguiar (DEM) para conversa. Os casos de assalto à mão armada estão preocupantes nos últimos meses. Além de moradores terem sido abordados andando nas ruas, casas e comércios também foram invadidos, a agência dos Correios foi assaltada duas vezes e levaram tudo de todos os passageiros do último ônibus que vinha de Santarém na quarta-feira da semana passada. O prefeito garantiu que a polícia agiria de forma mais investigativa para encontrar o grupo criminoso e, também, encontrou uma brecha na lei para reverter o aumento da passagem de ônibus, indo de R$3,60 para R$2,70, como em Santarém. — foto: Palestina Israel, 2017.


Nos últimos meses, estamos vivenciando um crescimento de assaltos em Alter do Chão, com reivindicações dos moradores por mais investigações. Vocês participaram dessas manifestações?

Tábata — Não participamos fisicamente (porque sempre estamos com as crianças e não foi possível estar lá com os companheiros), mas damos total apoio às reivindicações postas em pauta.

Como vocês acham que a segurança pública em Alter do Chão, uma vila turística, pode ser melhorada?

Tabata — Essa é uma pergunta difícil. Nesse momento estamos vivendo o medo, e pensar em segurança quando se está com medo… Não sei o que dizer. Fico com medo de dizer.

A Anistia Internacional mostrou em relatório esse ano o crescimento da violência policial no Brasil acompanhando do fortalecimento de um discurso discriminatório contra minorias. Vocês acham que isso está acontecendo também em Alter do Chão? Quem são as minorias?

Tábata — As minorias são as de sempre, populações marginalizadas: pretos, pobres, indígenas, quilombolas, praticantes de religiões de matriz africana, mulheres, LGBT, trabalhadores rurais, imigrantes e qualquer movimento social, população ou indivíduos que ponham em questão o poder dominante.

No ano passado, na mesma praça, também um pouco antes do Sairé (festa tradicional da Vila), artesões de rua foram expulsos de maneira violenta. A ação não foi filmada e não repercutiu nas redes sociais da vila (grupos de whatsapp) com a mesma velocidade. É possível fazer um paralelo entre esses dois acontecimentos?

Tábata —  É possível fazer esse paralelo, muito pertinente, mas agora não tenho condições de alongar esse tema. O que posso dizer é que os “hippies” nunca foram ameaça a ninguém, inclusive, como eles (que não são diferentes de cada um de nós) estão sempre na praça, conhecem nossos filhos pelo nome, tratam todas as crianças bem, levam seus filhos também para brincar na praça. Obrigada também a eles que estavam lá e nos apoiaram nesse momento difícil.
Protesto da população pede por mais investigação ao crescente número de assaltos a mão armada em casas, agência do Correio e ônibus que vem de Santarém para a vila. — Foto: Artur Massuda, 18 de agosto 2017, estrada de Alter do Chão

Leia também notas e manifestações publicadas sobre o caso:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – Nota de esclarecimento sobre incidente com professor da UFOPA

A Universidade Federal do Oeste do Pará, como uma instituição educacional e de formação cidadã, vem manifestar solidariedade ao professor Pedro Leal, do curso de Antropologia, do Instituto de Ciências da Sociedade, pelos acontecimentos registrados ontem à noite em Alter do Chão. A comunidade acadêmica lamenta as atitudes excessivas, registradas em vídeos que circulam nas redes sociais, cometidas contra o professor, sua esposa e os filhos que estavam em momento de lazer na praça da vila balneária. Registra-se o direito do cidadão aos momentos de convivência com a família, prática comum no lugar que é marcado por atividades turísticas e por laços solidários entre os moradores. Ressalta-se a necessidade de respeito aos direitos humanos, principalmente em situações que envolvam mulheres e crianças. É necessário que as instituições de segurança incorporem em suas práticas o diálogo, buscando resolver os conflitos com entendimento, sem descontrole. Para tanto, a Universidade se apresenta como um espaço que também pode ajudar no processo de formação das corporações, no sentido de potencializar as instruções voltadas à convivência em sociedade, especialmente em uma região marcada pela diversidade cultural. Aguardamos a apuração dos fatos para que sejam tomadas as providências cabíveis para evitar situações similares.

Santarém, 19 de agosto de 2017.

Raimunda Nonata Monteiro
Reitora
Anselmo Alencar Colares
Vice-Reitor

SINDICATO DOS PROFESSORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – SINDUFOPA, SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN (SINDICATO NACIONAL)

NOTA OFICIAL DO SINDICATO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ- SINDUFOPA/ANDES-SN SOBRE ABORDAGEM  POLICIAL A DOCENTE DA UFOPA

A Diretoria do Sindufopa vem manifestar solidariedade ao Prof. Dr. Pedro Leal, docente do Curso de Antropologia, diante da gravidade da ação policial realizada na noite de ontem, dia 18 de Agosto e amplamente divulgada nas mídias. É um ato contra os direitos do cidadão a coação pela violência policial de forma arbitrária e excessiva, e que não deveria condizer com a prática de uma instituição que deve defender os direitos das famílias de estarem em local público, e dever do Estado de prestar segurança social a todos os cidadãos, bem como esclarecer os motivos de atuação junto a população, evitando os conflitos e métodos que há muito devem ser expurgados das instituições policiais. Neste momento ficamos consternados diante da situação que coloca um docente em fragilidade diante de sua família que o vê sendo violentado desnecessariamente pela atitude dos policiais envolvidos.

Devemos trabalhar a necessidade de se mudar a cultura da polícia, buscar o diálogo e a resolução de conflitos pelos meios de pacificação social, uma vez que a universidade tem papel fundamental na formação de novos valores sociais voltados às práticas dos direitos humanos. Este é o caminho que deve ser o fim do Estado através de suas polícias.

Por fim, nossa diretoria conclama as instituições de segurança pública a buscarem o diálogo e o respeito a nossos docentes e a todos os cidadãos no uso de seus direitos e prerrogativas constitucionais. Nosso sindicato jamais se resignará diante dos quadros de violência contra nossos docentes e a sociedade, nem aos direitos sociais vilipendiados injustamente e direcionados aos mais vulneráveis. Devemos nos unir para promoção da Paz como ato contra toda forma de violência que busque instaurar o medo e a insegurança a todos.

Informamos a comunidade acadêmica que já fomos contactados para reunião com Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Subseção Santarém, nesta segunda-feira, 10h, para tratarmos de providências e encaminhamentos de denúncia junto ao Ministério Público do Estado e que estamos solidários com toda a população de Alter do Chão e Oeste do Pará que clama por segurança sem violência e com o relacionamento saudável entre as instituições que prezam pela harmonia e o bem estar social.

Santarém, 19 de Agosto de 2017
Prof.Mário Adonis Silva – Presidente
Prof.Jackson Rêgo – Vice-Presidente
Prof.Amadeu Cavalcante – Diretor

SINDICATO DOS PROFESSORES DE SANTARÉMNota de Solidariedade ao Professor Pedro Leal e sua família

A diretoria do  Sindicato dos Profissionais das Instituições Educacionais da Rede Pública Municipal de Santarém – SINPROSAN vem a público manifestar sua solidariedade ao professor da Universidade Federal do Oeste do Pará, Pedro Leal, bem como sua família, e repudiar à ação injustificável de policias militares.

É inegável que Santarém vive um momento de aumento da insegurança pública, e necessita de mais policiamento, porém esse fator não justifica abordagens truculentas.como a  ocorrida na noite do dia 18 de agosto na praça da Vila de Alter do Chão. A pretexto de salvaguardar a integridade dos filhos do professor Pedro, a própria policia prejudicou a integridade psicológica das crianças. O que se viu foi uma ação cheia de exageros e a qual certamente já está causando traumas no professor Pedro Leal e sua esposa, mas principalmente aos seus filhos menores, aqueles menores a quem os policiais prentediam justamente .proteger a integridade. Traumas que podem ocasionar problemas emocionais e cognitivos. O episodio lamentável mostra que nossa Polícia está  apta  a lidar com criminosos, mas não está igualmente  preparada para lidar com cidadãos. A diretoria do SINPROSAN se solidariza com essa família e repudia a violência que vivenciou.

Santarém, 19 de agosto de 2017.

UM ECA RASGADOCrianças apavoradas, um pai sendo algemado, uma mãe gritando é um ECA rasgado.

Polícias sem preparo algum, causando trauma à uma família.

O ECA é a carta maior da legislação infanto_juvenil do Brasil, mas parece que os PMs nunca o lerão nem de forma resumida. O estatuto foi feito para garantir o direito e a proteção integral, expor as crianças ao medo principalmente ao ver o pai ser preso é traumático.

Aliás, não há dispositivo no ECA que proíbe pai ou mãe de ingerir álcool, a lei fala que o infante que não pode, pais podem se divertir com seus filhos, até porque é um direito do pai/mãe e do filhx que está no estatuto e na Constituição Federal. O fato é que ninguém pode proibir um pai e mãe de beber e dizer que o filho está exposto ao risco sendo que não estão em uma festa(até em festa pode, dependendo da festa e caso a criança esteja acompanhado do pai e no horário correto), mas sim estavam em praça pública, qual era a exposição ao perigo?

Não é assim que o ECA é interpretado, os polícias foram totalmente ignorantes e sem visão alguma sobre o ocorrido, principalmente sem ter lido o Estatuto da Criança e do Adolescente e saber que se eles(PMs) estavam fazendo fiscalização deveria estar junto com eles um agente do fórum ou um membro do Conselho tutelar e etc…

E nunca, nunca!, um PM é o que vai abordar pai e mãe, sim um membro que saiba dialogar civilizadamente e com amparo teórico da lei, nesse caso um agente de proteção do fórum ou conselheiro, pois o papel de Polícia e garantir proteção aos envolvidos, somente isso.

Texto de um Pedagogo e agente voluntário em formação de proteção da criança e do adolescente pela 5° vara do Fórum de Santarém.

Santarém, 19 de agosto de 2017.


Fonte: ENVOLVERDE
BNDES e BID vão debater investimentos em infraestrutura sustentável.
BID e BNDES formalizam parceria para aproximar os investimentos em infraestrutura dos objetivos de desenvolvimento sustentável.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EBAPE), realizam no dia 31 de agosto, no Rio de Janeiro, o InfraInvest – Sustainable Infrastructure, evento que reunirá especialistas, gestores públicos, tomadores de decisão e investidores públicos e privados para discutir os caminhos necessários para o cumprimento das metas do Brasil com relação à redução das emissões de carbono e aumento dos investimentos em infraestrutura sustentável, como forma de atingir estes objetivos.

Serão discutidos os arranjos necessários, os quadros normativos e legais e regulamentos que possam permitir os investimentos em infraestrutura sustentável; as melhores práticas em execução de projetos sustentáveis alinhadas às boas práticas internacionais; e os mecanismos de financiamento, que irão considerar os instrumentos necessários para alavancar os investimentos do setor privado e também avaliar a percepção dos investidores sobre o tema, assim como o papel dos green bonds (títulos verdes) e securitização.

A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil inclui metas ambiciosas de reduzir, até 2025, as emissões em 37% em relação aos níveis de 2005 além de restaurar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e aumentar para 45% a parcela dos recursos renováveis em sua matriz energética.

Para atingir estes objetivos são necessárias mudanças significativas na maneira como o país e a região concebem, constroem e usam a sua infraestrutura, principalmente em setores chave como energia, transporte, água e saneamento. Ainda, é necessário que sejam feitas análises substanciais e processos de engajamento entre os setores para acelerar o desenvolvimento sustentável, especialmente no que se refere ao cumprimento dos compromissos globais e objetivos de desenvolvimento nacional, não só de sustentabilidade ambiental, mas também sociais e econômicos.

O evento contará com a participação do ambientalista e importante estudioso da Amazônia Dr. Thomas Lovejoy, considerado o “Padrinho da Biodiversidade” e do professor Tomas C. Heller, fundador da Climate Policy Initiative e que atua diretamente nos temas de controle climático internacional e uso global da energia.

Serviço:
Evento: InfraInvest – Infraestrutura Sustentável para o Brasil
Data: 31 de agosto de 2017, às 09h30
Local: Centro Cultural da Fundação Getúlio Vargas – Praia de Botafogo, 190 – Rio de Janeiro – RJ
O evento será aberto à imprensa e o credenciamento deve ser feito na página do evento.

Sobre o BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

Sobre o BNDES

Fundado em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo e o principal instrumento do Governo Federal para o financiamento de longo prazo, principalmente aqueles voltados para a infraestrutura. O Banco apoia empreendedores de todos os portes na realização de seus planos de modernização, de expansão e na concretização de novos negócios, tendo sempre em vista o potencial de geração de empregos, renda e de inclusão social para o País.

Sobre a FGV/EBAPE

A Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV (EBAPE), fundada em 1952 – foi a primeira Escola de Administração Pública da América Latina. Conhecida no mercado de trabalho por sua tradição e excelência acadêmica, tem como missão construir e disseminar conhecimento em administração, fortalecendo a sinergia entre o público e o privado, formando profissionais capazes de influenciar, com rigor conceitual e metodológico, o pensamento e as práticas relevantes para o desenvolvimento do Brasil.


Fonte: ENVOLVERDE