segunda-feira, 9 de abril de 2018


Universalização do saneamento está lenta demais na maior parte dos países.

Rascunho do relatório de monitoramento global da ONU para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6, que prevê assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos até 2030, mostrou que a cobertura básica de saneamento está piorando em 20 países. O documento indicou que o progresso para a universalização do serviço está lenta demais em 89 nações e somente 14 países estão no caminho de atingir a cobertura universal nos próximos 12 anos.

A prévia do documento foi divulgada durante o Fórum Mundial da Água, que ocorre até esta sexta-feira (23) em Brasília (DF).
Criança toma banho em Kallyanpur, favela da capital de Bangladesh, Dhaka. Foto: ONU/Kibae Park.

Mais de 2 bilhões de pessoas ainda não têm acesso a serviços básicos de saneamento no mundo. Desse total, sete em cada dez vivem em áreas rurais. Mais de 890 milhões de pessoas defecam ao ar livre.

Os números constam no rascunho do relatório de monitoramento global da ONU para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6, que prevê assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos até 2030.

O rascunho foi divulgado durante o Fórum Mundial da Água, que ocorre até esta sexta-feira (23) em Brasília (DF), pelo diretor do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP, na sigla em inglês) da UNESCO, Stefan Uhlenbrook.

O relatório de monitoramento completo será publicado durante fórum político de alto nível a ser realizado na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, de 9 a 18 de julho.

Segundo Uhlenbrook, o documento tem como objetivo fornecer dados para embasar as políticas públicas dos países em água e saneamento. “A intenção é estabelecer um retrato abrangente e discutir formas de atingir esse objetivo de forma mais acelerada”, declarou.

De acordo com o levantamento, 68% da população mundial tem acesso a saneamento — sendo 39% a serviços de saneamento seguros e 29% a serviços básicos. Por outro lado, 8% só têm acesso a serviços limitados, 12% a serviços precários e 12% defecam ao ar livre.

O relatório também traz dados desagregados por região. De acordo com o relatório, apenas 22% da população da América Latina e do Caribe tem acesso a serviços de saneamento seguros, 63% a serviços básicos e 15% a serviços limitados, precários ou defecam ao ar livre.

Como base de comparação, no caso da América do Norte e da Europa, 78% da população têm acesso a serviços de saneamento e esgotamento sanitário seguro, 19% a serviços básicos e apenas 3% a serviços limitados, precários ou defecam ao ar livre.

O documento mostra ainda que a cobertura básica de saneamento está piorando em 20 países, enquanto o progresso para a universalização do serviço até 2030 está lenta demais em 89 nações. Somente 14 países estão no caminho de atingir a cobertura universal de saneamento nos próximos 12 anos.

Entre 2000 e 2015, a população global que utiliza ao menos um serviço básico de saneamento aumentou de 59% para 68%. Contudo, o documento aponta que um progresso mais rápido é necessário para acabar com a defecação ao ar livre até 2030, especialmente nas áreas rurais.

Quanto ao fornecimento de água, 71% da população mundial tem acesso à água segura, ou seja, disponível quando necessário e livre de contaminações. Outros 17% têm acesso a serviços básicos e 12% a serviços limitados, precários ou somente à água de superfície.

No caso da América Latina e do Caribe, 65% da população tem acesso a serviços seguros de fornecimento de água, 31% a serviços básicos e 4% só têm acesso a serviços limitados, precários ou à água de superfície. No caso da América do Norte e Europa, o índice de acesso à água segura é de 94%.

Entre 2000 e 2015, a população global que usa ao menos um serviço básico de fornecimento de água potável aumentou de 81% a 89%. No entanto, o relatório afirma que a cobertura básica está se reduzindo em 10 países; o progresso para atingir a cobertura universal está muito devagar em 68 países; e somente 15 países estão no caminho de atingir o acesso universal ao fornecimento de água em 2030.

“Atingir o ODS 6 é essencial para atingir toda a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”, disse Uhlenbrook.
O diretor do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP, na sigla em inglês) da UNESCO, Stefan Uhlenbrook, durante o Fórum Mundial da Água em Brasília (DF). Foto: UNIC Rio/Pedro Andrade
O diretor do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP, na sigla em inglês) da UNESCO, Stefan Uhlenbrook, durante o Fórum Mundial da Água em Brasília (DF). Foto: UNIC Rio/Pedro Andrade

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Fonte: ONUBr

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